Pastoral da Juventude

Nunca é demais lembrar, mãe, que recebi de você o primeiro abrigo. Mais ainda: você foi o primeiro olhar amoroso, o meu primeiro sorriso, as primeiras palavras doces, o primeiro carinho, o primeiro alimento, o primeiro brinquedo, o primeiro livro e o que vem antes de tudo - a vida.Quem diz que se conselho fosse bom não era dado de graça é porque não conhece mãe. Mãe adora dar conselhos e não cobra nem um centavo por eles. Dá conselhos de todos os tipos, em qualquer hora do dia ou da noite. Nunca vi mãe de verdade que não agisse dessa maneira.Quase todas as suas recomendações são úteis até hoje. Apesar de que algumas delas acatei somente depois de cometer erros por não tê-las levado totalmente a sério. Mas até isso foi bom, pois a minha confiança em sua experiência de vida aumentava a cada erro e eu dizia a mim mesmo: "... mamãe sabe das coisas..." Mãe, seus conselhos não têm limites nem respeitam jurisdições. Você consegue dar conselhos até em campos em que não é especialista, porque sua intuição fala mais alto e lhe dá mais sabedoria do que as muitas leituras que os estudiosos fazem muitas vezes inutilmente. É que atua em você, mãe, a capacidade de olhar o coração do ser humano. E nisso você é imbatível.Quantas vezes bastou você olhar meu rosto para dizer: "Siga sua consciência, meu filho, e não se importe com o que digam os outros sobre suas atitudes".Quantas vezes bastou para você ouvir-me ao telefone para soltar, como quem não quer nada, a recomendação: "Filho não se preocupe, Deus ajudará você no momento certo..."E assim eu fui percebendo que seus conselhos eram pedrinhas preciosas que você deixava nos meus bolsos, esperando que eu, um dia, os aquilatasse e reconhecesse seu valor.Mãe, tudo o que eu disser ainda é pouco para agradecer esses pequenos e inestimáveis presentes!

Gabriel Chalita